Como os semicondutores estão abastecendo os EUA
A fabricação de um chip requer 500 operações em três continentes. Tanto os EUA como a China querem dominar esta incrível cadeia logística. E sendo Taiwan crucial para a cadeia de abastecimento, há uma causa e um efeito a tentar calcular.
Close-up de semicondutores.
PARIS — O chip dentro do seu celular ou da sua máquina de lavar é uma falsificação passível de bug? A questão é levada muito a sério pelo WSC (Conselho Mundial de Semicondutores), organização dos 27 mil players da indústria de semicondutores, espalhados pelas rotas comerciais utilizadas por esses produtos eletrônicos entre a América, a Europa e a Ásia.
Também é levado muito a sério pela Comissão Europeia, que alertou no ano passado que, na sequência da pandemia de COVID-19 e da escassez de semicondutores que se seguiu: “chips falsificados não fiáveis começaram a infiltrar-se nos mercados, comprometendo a segurança e a fiabilidade dos dispositivos eletrónicos”. Computadores, centros de dados, automóveis, dispositivos médicos, robôs industriais, algoritmos de inteligência artificial: a lista de setores em risco é assustadora, dado que os microchips estão por todo o lado.
“Eles estão no centro das nossas vidas digitais e das nossas vidas em geral”, afirma Alice Pannier, chefe do programa de geopolítica da tecnologia do Instituto Francês de Relações Internacionais (IFRI).
Se os semicondutores desaparecerem, sectores inteiros da economia pararão, como a indústria automóvel após a pandemia. “Em todo o mundo, 11,3 milhões de carros não puderam ser produzidos em 2021 devido à falta de chips”, lembrou a Comissão Europeia.
PARIS